domingo, 30 de dezembro de 2012

Amigos de mentirinha



Estou a um bom tempo parada olhando para o teclando tentando traduzir em palavras o que estou sentindo...
A verdade é que me sinto vazia como nunca me senti, me sinto antipática, chata, rabugenta, tirada e forçada. Não sei puxar assunto, não sei sobre o que falar, e não sei o que responder na maioria dos casos. Minhas únicas amigas sumiram, e quando tento puxar assunto pelas redes sociais, sinto que elas só estão tentando me aturar. Minhas roupas não me agradam, meu cabelo destruído, e com minha família tenho que ser o que não sou. Meu primo me vê como a espertinha, sabichona, que tira sarro com todo mundo, e os amigos da rua como um pedaço de carne. A garota que digo ser minha melhor amiga nem conversa direito comigo, não trocamos segredos, nem visitamos as casas uma das outras. Minha mãe vive implicando com o que eu faço, e minha avó vive me denunciando para ela. Minha caligrafia está um desastre, não sei mais me maquiar, e já faz um tempo que não desenho. Tenho amigas que se antigamente me vissem online correriam para me contar uma novidade e fazer piadinhas comigo, mas que agora eu entro e nem um "oi" dá no bate-papo. Tenho amigas que não vejo há anos, e amigas que acabam de me visitar. E tenho amigos, amigos que não falam, não implicam comigo, não respiram, e não me diz nem um "oi", mas que me dão muitos momentos de prazer e alegria, me contando incríveis histórias sem nem emitir sons, amigos que não são de carne e osso, mas que são capazes de me abraçar sem abrir os braços, são agora, meus únicos amigos, meus livros, que me acompanham para onde eu for sem reclamar, que eu bato e ele não reclamam.
Acho que estou condenada, a viver assim, com poucos amigos na realidade, e muitos na fantasia.

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